Felizmente, hoje as empresas têm bastantes opções para terceirizar a computação de ponta. Afinal, podem escolher opções de computação de ponta no local ou contratar serviços de ponta públicos. Contudo, a escolha certa depende de vários fatores. São eles:
- Orçamento;
- Experiência interna;
- Requisitos regulatórios.
A vantagem da computação de ponta está sendo vendida para clientes corporativos em geral. Contudo, nem sempre há uma linha divisória entre as opções “públicas” e “privada”.
O que são opções públicas e privadas?
Públicas
Computação avançada vendida como serviço. Ou seja, tem um fornecedor lidando com dados operacionais diretamente.
Privada
A empresa implementa uma arquitetura de ponta por conta própria.
Vale lembrar que existem vantagens e desafios para cada opção. Então, qual é a escolha certa de computação de ponta para uma organização? Bom, isso depende depende de:
- Suas necessidades individuais;
- Orçamentos;
- Equipe;
- Infraestrutura e mais.
Aqui estão algumas considerações.
Desafios da computação de ponta in loco
Essa abordagem mantém a propriedade de dispositivos de ponta internamente. Portanto, costuma atrair empresas com requisitos legais rígidos. Ou seja, que precisam saber sobre onde seus dados podem estar a qualquer momento. Um provedor de saúde seria um bom exemplo disso. Entretanto, pode atrair outro perfil de empresa. Um que tenha um baixo nível de conforto institucional para colocar esses dados nas mãos de terceiros. É o caso de concessionárias e empresas de manufatura, por exemplo.
No entanto, lidar com as coisas internamente pode ser um desafio. Afinal, muitas equipes de TI não têm o conhecimento necessário para uma implantação de borda.
“Encontramos alguns casos de uso em que a equipe interna de TI não consegue lidar com a infraestrutura de ponta. Portanto, transferi-la para um fornecedor faz muito sentido. O desafio é que, com sistemas de produção, isso é um jogo totalmente diferente. Então há um conjunto bastante rígido de requisitos em termos do que os fornecedores de OT permitirão que funcione nas redes de outras pessoas” – Christian Renaud, diretor de prática de IoT da 451 Research.
Sem padrões
Existe ainda outro fator importante. A falta de padrões comuns na computação de ponta. Afinal, isso limita a capacidade dos clientes de construir sua infraestrutura de ponta usando vários fornecedores. Ou seja, uma empresa pode não ser capaz de usar os sensores de um fornecedor. Ao menos, não sem também comprar seus módulos de computação de ponta ou equipamento de rede. Afinal, todos fazem parte da mesma oferta.
O vice-presidente e analista principal da Forrester, Brian Hopkins, contrasta com a computação em nuvem. Afinal, nela a interoperabilidade, estruturas abertas e conteinerização tornam essas preocupações irrelevantes.
“Muitos frameworks de nuvem não precisam se preocupar com plataformas ou padrões ou qualquer coisa. Contudo, quando você vai para a borda, toda aquela abstração desaparece. Portanto, você precisa se preocupar com: o servidor que está executando, quais protocolos de comunicação está usando, etc. Ou seja, é extremamente complicado.”
Prós e contras de terceirizar computação de ponta
Ainda assim, a infraestrutura de ponta de um único fornecedor pode ter vantagens de recursos. Por exemplo, o software de orquestração de inteligência de ponta da Cisco. Afinal, ele roda em seu equipamento de rede e é gerenciado remotamente pela Cisco. Portanto, pode enviar apenas os dados de que a Cisco precisa para executar o software. Ou seja, não envia os dados operacionais em si.
Consequentemente, um usuário poderia utilizar o software para operar uma fábrica automatizada. No entanto, nunca teria dados específicos sobre suas máquinas saindo de suas próprias redes.
Os serviços de borda podem levar ao aprisionamento
Esta é a opção que muitos fornecedores desejam oferecer. Afinal, inclui mais funcionalidades. Portanto, gera mais lucro. Ou seja, entregar uma implantação de computação de ponta a um fornecedor tem as vantagens de custos previsíveis. Afinal, basta pagar parcelas definidas pelo serviço. Dessa forma, você não precisa fazer o orçamento e implementar um novo sistema de computação complexo. Também porque a despesa final pode crescer de forma imprevisível. Terceirizar a computação de ponta também pode simplificar a responsabilidade operacional. Afinal, é trabalho do fornecedor manter as coisas funcionando.
Em última análise, é a direção que muitas empresas devem seguir. Pelo menos de acordo com o líder de rede da Accenture North America, Peters Suh.
“Existem muitas outras decisões relacionadas à tecnologia. Como o custo de propriedade, recursos técnicos e competências suficientes. Contudo, além disso, saber se há um valor estratégico de possuir a pilha de ponta da rede será um fator decisivo neste processo de decisão. No entanto, a longo prazo, a maioria das empresas provavelmente buscará suporte de terceiros.”
Entretanto, isso também significa certo aprisionamento em relação ao fornecedor.
Exemplo
Considere uma fábrica conectada usando um serviço de terceiros para instrumentar e orquestrar seu maquinário. O provedor implanta sua própria infraestrutura, como:
- Sensores;
- Equipamentos de rede;
- Caixas de borda para controle local;
- Análise rápida.
Tudo em um backend que o cliente pode visualizar para obter insights mais profundos.
Contudo, e se o proprietário da fábrica quiser mudar até mesmo uma peça do quebra-cabeça? Por exemplo, sensores mais eficientes com novos recursos. Isso poderia perturbar todo o ecossistema. Ou seja, exigiria uma mudança no atacado para um novo fornecedor. Ou até de um processo de implementação complicado e desajeitado para garantir a compatibilidade entre os novos sensores e tudo o mais.
Mudança de cenário
De acordo com Renaud, isso está mudando. Pelo menos até certo ponto. Mesmo recentemente, os fornecedores de tecnologia operacional decidiriam os termos de todas as suas implantações. Ou seja, o cliente deseja uma implantação de ponta? Então deve aceitar exatamente o que o fornecedor tem a oferecer.
“Então agora é mais 50/50. Afinal, todos se sentam à mesa para decidir para onde os dados irão. Além de como será a segurança para obter o resultado OT desejado. Contudo, o desafio agora é que grande parte da orquestração é ditada pela carga de trabalho e pelo fornecedor em ambientes de produção.”
É difícil definir o que significa borda
Existe uma constelação de diferentes produtos e serviços faturados como computação de ponta. Portanto, há também uma falta generalizada sobre uma definição do termo. Dessa forma, pode ser uma tarefa árdua apenas descobrir se uma determinada solução é “ponta”.
Exemplo
Afinal, uma solução pode usar 5G ou LTE privado para a peça de rede. Contudo, pode manter os dados inteiramente nos servidores de um cliente. Outro pode usar a conectividade da operadora para mover dados de um data center para a nuvem. Há ainda quem terceiriza toda a pilha de tecnologia operacional para um fornecedor. Este, por sua vez, fornece:
- Sensores;
- Hardware de ponta;
- Rede e computação;
- Painel para visualização das informações necessárias.
Todos esses envolvem tecnologias muito diferentes. Porém, com uma ampla gama de casos de uso adequados. Entretanto, todos são vendidos como “computação de ponta”. Segundo as operadoras, a “ponta” é a ponta da rede.
Como avaliar as operadoras?
As operadoras, por anos, têm feito sua receita principalmente vendendo conectividade simples. Portanto, veem a computação de ponta como uma ótima maneira de introduzir serviços over-the-top. É o caso do gerenciamento para vários tipos de infraestrutura de ponta. Ou seja, usam como um valor agregado.
Da mesma forma, as redes de entrega de conteúdo, como Fastly e Akamai, estão observando seus vários pontos de presença globais. Afinal, eram tradicionalmente usados para armazenar dados sob demanda. Contudo, hoje são vistos como uma oportunidade de ramificação. Afinal, uma das marcas registradas da computação de ponta é fornecer serviços com latência muito baixa. E essa baixa latência tem sido o principal ponto de venda dos CDNs por anos. Então, os Akamais e Fastlys do mundo estão ansiosos para se vender como POPs de ponta.
Ou seja: se um cliente pode descobrir a peça de conectividade, o processamento de dados pode ser feito próximo a um desses POPs como um serviço. Por exemplo, um anunciante poderia usar um CDN como uma câmara de compensação para veiculação de anúncios dependente da localização.
Enfim, há muito a se discutir sobre terceirizar computação de ponta. Contudo, é preciso estar ciente dos prós e contras. Afinal, só assim conseguirá tomar a melhor decisão para a sua empresa.